A Força Feminina Colorada – FFC comemora neste mês oito anos de vida! E que vida! Durante este período fomos conquistando o nosso próprio espaço nas arquibancadas do Beira-Rio e compartilhando entre nós a luta pelo reconhecimento como mulheres que querem apoiar o seu time do coração.
Neste período, dividimos também muitas vitórias, algumas derrotas e, a partir de uma conexão que começou pelo amor ao colorado, reconhecemos entre nós o valor de uma amizade verdadeira e o sentido da sororidade.
É claro que encontramos algumas resistências pelo caminho e afirmo que valeram a pena todos os xingamentos que ouvimos pelo simples fato de querermos estar presentes no estádio e torcer pelo Internacional. Mas, felizmente, pelo lado institucional a nossa reivindicação foi ouvida e nos tornamos a primeira – e até o momento, única – torcida organizada feminina do Rio Grande do Sul.
Atualmente, somos reconhecidas pela festa que fazemos na arquibancada, visto que por algumas rodadas fomos a única banda responsável por animar os torcedores e torcedoras no Gigante da Beira Rio. A nossa banda é um motivo de orgulho, pois além de ser um sonho nosso, proporciona também a possibilidade de jovens de escolas públicas da capital aprenderem a tocar um instrumento, fazer da música um prazer e talvez, no futuro, um meio de subsistência.
Inclusive, consciência social da nossa existência não nos falta. Entre uma das ações para marcar esta data, realizamos no dia 20 de maio, durante o jogo entre Internacional e ABC, uma ação solidária para mulheres vítimas de violência. Arrecadamos alimentos não perecíveis para auxiliar aquelas que não podem mais retornar para suas casas e, por algumas horas, proporcionamos, junto com a diretoria feminina – relacionamento social do clube, a possibilidade delas compartilharem conosco o seu amor pelo colorado também. Não é, nem de longe, a solução para esta realidade dura que elas encaram diariamente, mas foi uma alternativa para a sua luta.
A FFC, hoje, estabelece-se entre a sua presença institucional e como organização com responsabilidades sociais, utilizando do poder que construímos ao longo deste período. Ao contrário do que muitos vaticinaram lá atrás, são oito anos de representatividade, empoderamento e paz no futebol. Agora, quem vai prenunciar sou eu: o pioneirismo das mulheres coloradas já está marcado na história do esporte gaúcho.
Malu Barbará
Presidenta da FFC